terça-feira, 8 de março de 2011


Toda vez que toca o telefone eu penso que é você, toda noite de insônia eu penso em te escrever, pra dizer que o teu silêncio me agride e não me agrada ser um calendário do ano passado, pra dizer que teu crime me cansa e não compensa entrar na dança depois que a música parou, a música parou. Toda vez que toca o telefone eu penso que é você, toda noite de insônia eu penso em te escrever, escrever uma carta definitiva que não dê alternativa pra quem lê, te chamar de carta fora do baralho descartar, embaralhar você, e fazer você voltar. Ao tempo em que nada nos dividia, havia motivo pra tudo e tudo era motivo pra mais. Era perfeita simetria, éramos duas metades iguais. O teu maior defeito talvez seja a perfeição, tuas virtudes talvez não tenham solução. Então pegue o telefone ou um avião, deixe de lado os compromissos marcados, perdoa o que puder ser perdoado, esquece o que não tiver perdão e vamos voltar aquele lugar.

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